História da cidade

Rua da Matriz nos dias de hoje

  

Vista da Rua da Matriz - a frente o Tradicional Coreto da Matriz

1.    Urtigal e Anta Esfolada: O primeiro nome da cidade de Nova Cruz era URTIGAL. Podia provir da existência de urtigas ou simples topônimo de origem portuguesa dado ao local agreste.

Nas primeiras décadas dos séculos XIX desaparecera Urtigal e conhecia-se a região como sendo Anta Esfolada. Era propriedade rural ligada ao ciclo da pecuária e plantio de cereais à margem do Rio das Curimatãs, o Curimataú famoso. Historicamente a provação de Anta Esfolada pertence ao município de Vila Flor. Fora criado Distrito da Paz pela resolução nº 100, de 27 de outubro de 1843 e tinha a denominação de Anta esfolada, três anos depois, a Lei nº 150, de 20 de outubro de 1846, anexou ao município de Goianinha o DISTRITO DA PAZ D’ANTA ESFOLADA OU NOVA CRUZ. Um ano antes o Dicionário Histórico de Milliet de Saint-Adolphe ainda registrava “ ANTA ESFOLADA”.

Por que ANTA ESFOLADA? Manoel Dantas na “Denominação dos Municípios” recolheu a tradição. “Havia por ali uma anta, que muitos diziam possuir o espírito maligno e todos auguravam o mal a quem conseguisse apanhá-la em dia aziago. Um caçador prendeu a anta, na armadilha, numa sexta-feira, e resolveu, para lhe tirar o feitiço, esfolá-la viva. Ao primeiro talho, a anta deu um pulo enorme, deixando a pele nas mãos do caçador e embrenhando-se, assim esfolada, na mata, onde adquiriu logo a fama de um animal feroz e fantástico. A anta esfolada era o terror misterioso daquela paragem e já ia adiantado o povoado sem que se conhecesse outra denominação que não a de ANTA ESFOLADA”.

2.    Nova Cruz: “Um missionário, conhecedor das artes diabólicas e grande em exorcismo, percebeu que o demônio andava a fazer mal pela terra, metido no corpo da anta esfolada. Mandou vir de Santa Cruz um galho de "inharé" e com eles fez uma cruz, que fincou no ponto mais alto da vereda por onde o animal diabólico costumava passar. Ninguém viu mais a Anta Esfolada e o povoado tomou então a denominação de NOVA  CRUZ.

Dizem, porém, que o caçador que prendera a anta, receoso de maléfico, enterrou o couro nas areias do rio cujas águas tornaram-se salobras. Só ficarão boas e potáveis no dia em que conseguirem desenterrar o couro da anta, com todos os seus cabelo”. Esta é a versão popular e velha do topônimo.                                                                           

3.    Quem seria o missionário padrinho de NOVA CRUZ?: Há um nome que se impõe na sua grandeza catequética, devoção pregadora e renome poderoso na memória popular, FREI SERAFIM DE CATÂNEA, chegara ao Recife a 11 de setembro de 1841, e estava sendo esperado em Natal em março de 1845, já possuindo espalhado prestigio, inclusive o de advinhar pecados. Já o chamava o Santo Padre Frei Serafim. Se era aguardado em Natal em março de 1845 é porque missionário na Província e partes próximas a capital norte-rio-grandense. A mudança de ANTA ESFOLADA para NOVA CRUZ é justamente desta época. Vê-se que em 1845 Frei Serafim de Catânea estava missionando na região e bem possivelmente foi ele o exorcismador dos pavores da ANTA ESFOLADA e a mão que abençoara a NOVA CRUZ promissora. Daí em diante não se fala mais em ANTA ESFOLADA  e sim na NOVA CRUZ. O seu povoamento é rápido embora disperso. NOVA CRUZ cresce e, pela resolução 217, de 22 de junho de 1850, é criada uma cadeira de primeiras letras de meninos.

(Info:Secretaria Paroquial)


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