12º domingo do tempo comum

12º domingo do tempo comum

    Evangelho: Lc 9,18-24

Para início de conversa, Lucas começa apresentando Jesus numa atitude oracional. E sempre foi assim, antes de tratar de situações importantes e difíceis, procura parar e se recolher em contatos, os mais demorados, com o seu Pai. E o assunto é: Quem é Jesus e os efeitos de sua ação missionária. E o fez, junto aos discípulos, seus amigos.

Jesus vai direto à questão fazendo uma dupla pergunta: “Quem dizem as multidões que eu sou” (v. 18), e “quem dizeis que eu sou?” (v. 20). Os discípulos devem ter ficados estarrecidos com a indagação feita pelo seu Mestre, por parecer que ele estava antenado com o que o povo dizia ou deixava de dizer; o que, aliás, diga-se de passagem, Jesus não se embaraçava com picuinhas. Mas, então, vamos às respostas: “Uns dizem que és João Batista, outros, Elias, outros pensam que ressuscitou algum dos amigos profetas”. Equívoco total, respostas imprecisas! Jesus é para o povo um “precursor”.

A pergunta é: Por que as pessoas pensavam assim a respeito do Mestre? Certamente porque ele não respondia às expectativas. Que expectativas? Que ele fosse forte e dominador para vencer qualquer parada. No tempo de Jesus, a expectativa por um salvador era impaciente e febril. Por isso, rezavam desse modo: “Senhor, faze surgir um filho de Davi para que reine sobre Israel. Dá-lhe força para que destrua os poderosos...!”.

Na segunda parte (vv. 20-21) trás a segunda pergunta: “E vós, quem dizeis que eu sou?” Pedro, talvez por ser o mais atirado, mas também por ser alguém que está a demonstrar crescimento na fé, em nome de todos sai na frente e responde: “Tu és o Messias de Deus!” Jesus não o desdiz, mas pede que não o diga (o digam) a ninguém. Mas por causa razão? O motivo é o seguinte: Pedro acertou nas palavras, mas ficou pelo caminho no conteúdo. É que o tipo de Messias que está na cabeça de Pedro, não está na cabeça de Jesus. Ou seja, este Messias é outro.

Mas não é só Pedro que pensava assim, outros, ontem, outros, hoje, também pensam como Pedro. Quantos que rezam o credo, mas tem uma prática contrária ao projeto do Verdadeiro Messias, Jesus Cristo o Filho de Deus.

Quem pensa assim, leia, escute e pratique a seguinte citação: “Não digas nada a ninguém!”, porque vós ainda estais pensando “como os homens, não como Deus” (Mc 8,23).

Na terceira parte do Evangelho (vv. 21-22), Jesus esclarece: “É necessário que o Filho do Homem padeça muitas coisas, seja rejeitado pelos anciãos, pelos príncipes dos sacerdotes e pelos escribas. É necessário que ele seja levado à morte e que ressuscite ao terceiro dia”. São palavras duras e picantes! Os discípulos ficaram desapontados e perturbados.

Por que Deus faz tal opção de vida? Porque a Vida é dom pertencente a Ele. Ele veio defender a vida, custe o que custar. Os homens, sim, esses são os favorecedores da morte.

Quarta parte e última do texto – uma exortação: “Se alguém quiser vir após mim, renegue a si mesmo, tome a sua cruz e me siga”. Eis a escolha! Somos, inclusive, convidados a perder a própria vida. Como podemos nós “perder a nossa própria vida” por amor a Deus e aos nossos semelhantes, sobretudo, os pobres, os injustiças, os sofredores, os “sem veze sem voz”?

 

PARÓQUIA DA IMACULADA CONCEIÇÃO

NOVA CRUZ

 

Pe. Francisco de Assis Inácio